quinta-feira, 30 de abril de 2015

ABUJAMRA - DIRETOR ATUA NOS PALCOS DO CÉU

Do UOL, em São Paulo
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  • Jair Magri/TV Cultura
    O ator e diretor Antônio Abujamra
    O ator e diretor Antônio Abujamra
Amigo de Antônio Abujamra desde os anos 1960, o diretor e dramaturgo José Celso Martinez Corrêa, enviou aoUOL uma "carta de amor" que escreveu para o colega, morto nesta terça-feira (28). Além de exaltar a vida e a obra de "Abu", como carinhosamente o chama, Zé Celso fala da importância de seu trabalho na atualidade, quando a "direita sai do armário", e relembra momentos da carreira do ator e diretor, como quando ele dirigiu a peça "José, do Parto à Sepultura", de Augusto Boal, no Teatro Oficina, e quando Abujamra assumiu a direção do programa "Ensaio", na TV Cultura, quando a convidada era a cantora Maysa, em 1975.
Leia abaixo:
"ABUJAMRA I LOVE
Meu lindo e carinhoso amigo Abujamra, você nem bem morreu e já renasceu. Óbvio, você, amado, sempre foi eterno.
Entre os seres humanos, dos mais amados e grandiosos, um deus garanhão, gerador de filhos mortais e imortais, nos rastros luminosos, férteis vestígios vivos de todas suas criações, vindas do seu "Corpo Vida Obra de Arte". Isso fica mais que amor de pica.
Não me veio à mente, logo que soube da tua morte, amado, teu Ser Humano Pluridimensional: extraordinário diretor, ator de teatro, TV, cinema, internet.
Mas, ao contrário, baixou a visão do grande gênio, sábio, bruxo, amante, jogador da vida. Fui possuído  pelo teu valor humano concreto como dos "Heróis de Plutarco". Escrevo esse clichê, como um tapume, por não encontrar a palavra certa.
Diante da miséria humana atual, você me revelou sua sabedoria irônica, sorridente, amorosa, talentosa de gênio, grávida de inspiração para a nossa mais que sobrevivência atual.
Enfim, tudo o que poderia dizer do máximo valor que dou a um ser humano, que consegue chegar à grandeza papal do Palhaço, do saber rir de si, me veio de volta, com valor muito mais alto do que o da Bol$a.
Nesses dias em que a direita sai do armário e, diferentemente dos gays, sai fazendo questão de mostrar sua burrice, ressentimento, ódio, mau humor, falta de educação, cultura, espírito de vingança, enfim, os sentimentos humanos mais destrutivos e medíocres, tua figura humana, Abu, virou um imenso e necessário farol.
Sábio, talentoso, engraçado, levanta-se como um Titã, um Gigante de Humanidade, diante deste bando de pobres "piolhos".
Abujamra, sabe o que vi quando soube da tua morte? Você senador, eu estava lá contigo, num Congresso, diante daquele Senador de  ruivos cabelos implantados, e de um Coro d'EduArdos CÚnhÂnus. Sua Beleza posta diante de um Bando de Bostas.
Amado Abu, senti aí uma questão de teu talento pra ser humano, incomparável, mais do que nunca, neste ano 2015.
Você que ama, que praticou sempre a arte política que é o Teatro em si, diante daqueles odiadores canastrões, que nem amadores conseguem ser, nos revela que temos muito o que aprender com tudo que você nos deixou. Teu sentimento de ser, é nossa maior arma pra devorar este Golpismo Pentelho.
Neste bostal, surgiu clara a epifania de sua Divindade Estelar, humilde de tanta humanidade.
Quem morre neste dia 28 é um brasileiro, um dos velhos do mundo, que mais Sabe das Coisas, que é,  antes de tudo, no sentido milenar, um ser, um monstro de Teatro, um Diretor em que o 'phisique du rôle'  é o de um grande ator, que por isso mesmo extrapola o teatro e todas as mídias e chega à Sabedoria da Humanidade Inteligente, rara, dos que nem sei como chamar.
Mas tem a ver com a Sabedoria Carinhosa Risonha Irônica do Amor, que em seus olhos sorridentes sempre brilhou.
Você sempre soube que foi minha 'musa inspiradora' para o 'O Rei da Vela'.
No comecinho dos anos 1960, no segundo ano de vida do Teatro Oficina, convidamos você, Abu, para dirigir  a ótima peça de Augusto Boal "José, do Parto à Sepultura". A peça não tinha personagens, mas, sim, 'entidades'. O Zé é, por exemplo, 'todomundo', 'qualquer um', 'todos nós'.
Tua direção, Abu, se deu perfeitamente com este teatro. E mais: radicalizou com o que você trazia de formalmente mais belo e contemporâneo, nos atores, atrizes, com seus figurinos coloridos nas marcações, desenhando no "Teatro Sanduíche" corografias com pessoas que criavam arquiteturas cênicas Mehyerholdianas . No elenco, olha só: Miriam Muniz, Fauzi Arap, Etty Frazer, Chico Martins, Ronaldo Daniel, Emilio de Biasi, Wolfgang, Geraldo Del Rey.
Era novo, era magnífico.
José Antonio Teixeira/Assembleia Legislativa de São Paulo
O dramaturgo José Celso Martinez Correa
Mas, lembra?
Ninguém foi assistir. O público, nesta época, era viciado em realismo, e a peça teve de sair de cartaz.
Mas teve seu renascimento do 'Teatro de Entidades' de Oswald de Andrade no sucesso de 'O Rei da Vela'.
Você, coelho criador, pariu inúmeras companhias de teatro, desde uma dinastia de artistas do "Circo Abujamra": André, gêmeo-gênio do pai, Clarisse, Iara, Márcia... Até outros que nem teu sobrenome têm.
Na TV, além do seu desempenho só comparável ao de Chacrinha, fazendo seu Bruxo Xamã na tediosa Globo, deixou um filmaço no programa do Fernando Faro, na TV Cultura.
Um certo dia, o diretor Faro não pôde estar na gravação. Abu, você, gato, jovem ainda, era assistente dele. Maysa chegou completamente bêbada. O time da gravação queria adiar e não gravar devido ao estado em que estava a cantora. Mas você, affectionate angry youg man, pôs o pau na mesa: 'Sou assistente do diretor, e vamos gravar'.
Tua audácia criou assim um dos programas mais belos da TV brasileira, um "filme". Maysa está maravilhosa, uma Bacante Dionisíaca, cantando, bebendo, fumando, sendo.
Nunca cantou, falou, tão bem. No clímax da emoção, em que ela dizia 'as pessoas hoje têm medo de ser', em você, Abu, começou a rolar o 'pré-Provocações'. Logo na primeira pergunta, Maysa responde: 'O Chê, eu vim aqui por Você!'. Continua rolando a provocação. De repente, você, Abu, faz uma pergunta, não me lembro qual, só sei que era uma quente, de ir dentro do dentro do ser da Maysa.
Ela ouve, reage com um cigarro aceso na mão e fica buscando a resposta, numa busca vívida, real, uma cena de silêncio absoluto, eloquente, em que essa deusa o tempo todo busca o sentido de ser... Você, tendo que, diante da equipe, segurar aquele silêncio interminável, magnífico, que nem Bergman conseguiu. Aí disse, feliz: 'Corta'. E fez entrar os créditos do programa, sobre Maysa cantando: "Ninguém pode calar dentro em mim". 
Vocês dois, a partir de hoje, são imortais, deixaram esse vestígio de fertilidade, num momento jamais visto de silêncio e beleza muda falante na TV. E você já deve ter se encontrado e perguntado à mulher da tua vida: "que te parece, Belinha?"
Lembra quando estivemos fazendo aquela leitura, não sei se de Lênin ou Stálin, mas lembro, está viva em mim, até agora, nossa amada parceria, que sempre existiu na vida e agora vai seguir na eternidade da morte.
Nosso amado gênio Hugo Rodas, eu e milhares de amigos teus estamos vivendo, enquanto estamos vivos com você vida dentro e vida afora.
Você deixa uma grande fortuna, maior que a do 1% dos trilionários, desde já dada. Para a riqueza de toda a humanidade que gosta de ser humana.
Vou te dizer o que Lili Brick disse depois que respondeu o 'I love' que Maiakowiski lhe deixou em sua 'carta testamento', de seu suicídio. Aos 85 anos, depois de contar tudo que sabia a uns beatniks com quem se encontrou em Moscou, Lili se matou. Ela entendeu o pedido do amado: de cuidar de sua memória. Foi a ela que dedicou toda sua vida.
Amado Abu,
'I Love'
Mas não pretendo me suicidar, porque tua história é longa, muito longa para contar... Mas está no ar que respiramos.
Zé, 28 de Abril de 2015"

domingo, 26 de abril de 2015

O CÉU MAIS ALEGRE E COLORIDO COM A CHEGADA DE AUDIFAX RIOS.


14 h · 
Ontem o Nordeste perdeu um dos seus grandes expoentes culturais, o escritor e artista plástico Audifax Rios. Faleceu em sua amada e cantada Santana do Acaraú, o Céu com certeza deve está mais alegre e colorido hoje.
Homenagem do Epitáfio Alto Astral, através de Helder Fontenele.

sábado, 25 de abril de 2015

MANGABINHA - As Andorinhas Voltaram - Trio Parada Dura.

Em homenagem a Mangabinha, o último a se juntar ao Trio no Céu.

MANGABINHA VOLTOU PARA COMPLETAR O TRIO PARADA DURA NO CÉU


Aos descendentes jovens da família Quirino. Faleceu na manhã desta quinta-feira, 23, Carlos Alberto Ribeiro, o Mangabinha, sanfoneiro e um dos fundadores do Trio Parada Dura, em Belo Horizonte. Esta notícia, estampada nos jornais, divulgada nas emissoras de rádio e televisão, e na internet me fez voltar no tempo e sentir profunda saudade dos nossos bons tempos. Muitos de vocês não haviam nascido; outros ainda estavam crianças, quando a música “AS ANDORINHAS VOLTARAM” foi cantada por um quarteto numa noite em Ouro Fino: Lúcio, Geni, Matilde e Cândido. Quisera eu ter tido a sorte de gravar para que todos comparassem, hoje, com a gravação do trio totalmente desfeito agora com a morte do último membro do “Parada Dura”. 
  •                      AGORA ELES É QUE VOLTARAM PARA SHOWS NO CÉU.

terça-feira, 14 de abril de 2015

sábado, 11 de abril de 2015

BÁRBARA HELIODORA AGORA FAZ CRÍTICAS ANGELICAIS NO CÉU.





sábado, 11 de abril de 2015


Morre no Rio de Janeiro a crítica teatral Barbara Heliodora aos 91 anos


Morre a crítica teatral Barbara Heliodora, aos 91 anos, no Rio. Na foto:  A ensaísta e crítica de teatro Bárbara Heliodora grava depoimento de sua vida no MIS, com a presença de artistas e pesquisadores.



Nascida no Rio de Janeiro, no dia 29 de agosto de 1923, Barbara estreou na imprensa em 1944, em O Jornal. Na época ainda assinava com seu nome de batismo: Heliodora Carneiro de Mendonça Bueno.
Em 1972, escreveu "Algumas reflexões sobre o teatro brasileiro" e em 1975, como acadêmica da USP, defendeu a tese de doutorado "A expressão dramática do homem político em Shakespeare"
Em 2000, a convite da Academia Brasileira de Letras, escreveu "Martins Pena, uma introdução", sobre um dos pioneira da comédia de costumes no Brasil. Em 2004, lançou uma coletânea de ensaios: "Reflexões Shakespearianas". E em 2005, escreveu "Brasil, Palco e Paixão" - Um século de Teatro", junto com outros quatro autores.
Barbara também escreveu o livro 'Caminhos do teatro ocidental', lançado em 2013, fruto de quase 20 anos de trabalho (de 1966 a 1985) como professora de história da dramaturgia no antigo Conservatório de Teatro, atual curso de teatro da UniRio.
Em 2014, lançou "Shakespeare: o que as peças contam — Tudo o que você precisa saber para descobrir e amar a obra do maior dramaturgo de todos os tempos".
No dia 24 de setembro de 2014, a Medalha do Mérito Cesgranrio foi concedida a Bárbara Heliodora, que era membro do Conselho de Cultura da Cesgranrio. A maior comenda da instituição é concedida para homenagear personalidades que se destacam por relevantes serviços prestados à educação e cultura do Brasil.
Barbara trabalhou de 1958 a 1964 no Jornal do Brasil, onde assinou uma coluna especializada em teatro, no suplemento dominical.
 Em 2013, anunciou o fim de sua carreira como crítica no Rio de Janeiro. Estudiosa da obra de William Shakespeare, traduziu algumas das peças do dramaturgo para o português e lecionou na Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde era professora emérita. 
Foi condecorada pelo Ministério da Cultura da França com a Ordre des Arts et des Lettres e, no Brasil, pela Academia Brasileira de Letras, conquistando a medalha João Ribeiro.

Foto: Vanor Correia/ GERJ

quinta-feira, 9 de abril de 2015

quinta-feira, 2 de abril de 2015

JURUNA DIRIGE AGORA NO CÉU.


Carlos Calaes adicionou 13 novas fotos — com Jose Roberto Da Silva.
19 h · 
Usando esse espaço para uma notícia triste, endereçada principalmente a quem trabalhou no Hoje em Dia e não estava sabendo: o motorista Juruna faleceu na manhã de hoje, vítima de um infarto.